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Swap Cambial: entenda como funciona este derivativo financeiro

Explore o conceito de Swap Cambial, seus riscos, e como influencia a política monetária do Banco Central. Entenda as vantagens e desvantagens desse instrumento financeiro para tomar decisões mais informadas sobre investimentos em diferentes moedas.

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Equipe Somas
25 de abril, 2024

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Swap Cambial: Entenda, Riscos e Impacto no Banco CentralSwap Cambial: Entenda, Riscos e Impacto no Banco Central

Neste post você vai entender:


O que significa Swap no mercado financeiro?


De origem inglesa, o termo “swap” significa “troca” e, nesse sentido, a tradução pode auxiliar no entendimento de como este derivativo financeiro opera na bolsa de valores.

Entende-se por “swap cambial” uma operação financeira em que duas partes acordam em trocar, em datas futuras, fluxos de caixa em moedas diferentes.

Essa troca é baseada em taxas de câmbio e taxas de juros previamente acordadas. O principal objetivo desses contratos é proporcionar proteção contra flutuações nas taxas de câmbio e de juros, embora também possam ser utilizados para fins especulativos.

Exemplificando, imagine que você tem um acordo com um amigo em outro país para trocar dinheiro. Você concorda em dar uma certa quantidade de reais ao seu amigo, e em troca, seu amigo concorda em lhe dar uma quantidade equivalente de dólares, seguindo uma taxa combinada, mesmo que essa taxa mude com o tempo.

Vocês fazem isso porque cada um quer ter dinheiro na moeda do outro país para gastar ou investir lá, sem se preocupar muito com a subida ou descida do valor da moeda ao longo do tempo. Esse acordo é basicamente o que chamamos de "swap cambial".


Como funciona este derivativo financeiro?


Como mencionado acima, “swap” pode ser encarado como uma dinâmica de troca, ou ainda, um “contrato” firmado entre dois agentes, podendo ser estes duplas de: investidores, empresas ou ainda uma negociação entre empresa e investidor.

Para que tudo ocorra de forma que os investimentos envolvidos nesta operação sejam valorizados, deve haver um valor de referência.

Ou seja, a fim de que tais agentes possuam reciprocidade através do fluxo de caixa de ambos, existe uma série de critérios e condições preestabelecidas.

Além disso, é válido frisar que há outras possíveis “trocas” ou relações mútuas que sejam benéficas para os agenciadores que estiverem apostando nos riscos destes derivativos.


A dinâmica de Swap Cambial é arriscada?


As operações de swap cambial são consideradas estratégias de protecionismo cambial, isto é, visam evitar variações excessivas das moedas estrangeiras em relação ao real.

Por esta razão, esta dinâmica é considerada arriscada, uma vez que os ativos em questão são negociados por seus participantes, através da rentabilidade de ativos e mercadorias que são distintas.

É justamente esta diferença que proporciona uma maior incerteza nos lucros e benefícios destas transações.

Também é interessante pontuar que a utilização indiscriminada do swap cambial pode aumentar a exposição ao risco de crédito, especialmente quando utilizado por instituições financeiras.

Outro risco potencial está relacionado à possibilidade de uma mudança abrupta nas condições do mercado, o que pode resultar em perdas significativas para os participantes do mercado que se posicionaram de forma indevida.


Normas de Contratos de Swap


Diferente da tendência de ativos e derivativos que estão à disposição no mercado financeiro, os swaps não são padronizados e, sim, negociados no mercado de balcão.

Esta condição resulta na impossibilidade de transferir a posição para outro agente (investidor ou empresa). Por essa característica, aqueles que se comprometem com uma prática de swap, ficam portanto obrigados a carregar o contrato até o seu prazo final de vencimento.

Em suma, os swaps compartilham uma característica que é similar aos contratos a termo: a liquidação das operações é feita financeiramente, realizada no vencimento do contrato pela diferença entre os fluxos trocados entre os investidores.

Este fenômeno acontece ao contrário de derivativos como os contratos futuros, nos quais não há desembolso de recursos, tais como os "ajustes diários", que estão presentes no mercado futuro, durante a vigência do acordo.


ISDA Master Agreement


Desenvolvido pela Associação Internacional de Swaps e Derivativos, o “ISDA Master Agreement” figura como um dos principais acordos de segurança e transparência deste tipo de operação (derivativos).

Ele estabelece os termos e condições que serão requisitados na construção de contratos de swaps, incluindo definições de eventos de crédito,obrigações de pagamento, entre outros aspectos.

Além disso, o ISDA Master Agreement fornece uma ferramenta eficaz para lidar com a resolução de potenciais disputas que podem surgir entre as partes que estão envolvidas nas negociações. Somado a isso, é importante frisar que, comumente, os swaps são gerenciados e/ou monitorados por entidades governamentais e autoridades reguladoras.

Esses órgãos normalmente proporcionam diretrizes específicas para negociação e execução de swaps. Esta interferência, de certa maneira, torna o ambiente de barganha mais seguro e transparente no momento das transações, de forma que golpes sejam, na medida do possível, evitáveis.

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Tipos de Swap no Mercado


Os derivativos “swap” agem de acordo com as mercadorias e ações que estão sendo negociadas na bolsa. Desta forma, existem diferentes tipos de swap à disposição dos investidores que buscam diversificar suas estratégias de câmbio simultâneo.

O diferencial que varia para cada um destes derivativos de troca diz respeito às opções de “barganha” entre as partes.

Um exemplo disso é o “swap cambial”, sendo este referente à negociação de juros. Nele, as partes ficam responsáveis pelo câmbio de indexadores associados aos seus ativos ou passivos, sendo as taxas de juros uma das variáveis que condicionam essa negociação.

Algo semelhante a este tipo de abordagem acontece como elemento estratégico do Banco Central do Brasil.

Outros dois tipos de derivativos caracterizados como “swap” são: os índices e as taxas de juros. O primeiro prevê que aconteça uma troca entre fluxos de caixa, de modo que o mesmo esteja associado ao desempenho dos indexadores de preço estratégicos, a exemplo do IPCA, IGP-M, Ibovespa, dentre outros.

Os swaps de taxas de juros, por sua vez, são operações nas quais as partes trocam indexadores que estejam ligados ou aos valores de ativos ou aos de derivativos. E são as taxas de juros as responsáveis por se portarem como variáveis nestas situações.

Os trâmites dos fundos DI (Depósito Interbancário), por exemplo, agem desta maneira. Através da alternância de fluxo de caixa do DI pelo de outras partes, os quais estão indexados à variação do câmbio (dólar) aliados a uma taxa de juros que é barganhada entre os envolvidos na transação.


A atuação do Banco Central na política de Swap


O Banco Central, desde 1999, busca uma conduta de não-intervenção direta na política cambial, sobretudo no quesito monetário. No entanto, isso não significa que a instituição não promova estratégias que possam controlar a flutuação das taxas de juros cambiais.

O objetivo da instituição é justamente evitar que haja um movimento disfuncional do mercado cambial, prevenindo um possível cenário de desvalorização do real.

Ocorre que o swap simboliza um recurso útil para que a entidade, que é independente e também ligada ao governo, estabeleça uma certa estabilidade da situação monetária nacional, garantindo assim que a moeda do Brasil possua um razoável poder de compra e venda diante de transações internacionais, uma vez que o dólar se comporta como o principal parâmetro cambial do mundo atualmente.

Dessa maneira, o BC se compromete a operar numa política de “injeção” de dólares no futuro dos ativos no mercado.

Em suas negociações de swap, o Banco Central demonstra uma atuação de comprometimento a pagar ao detentor do investimento a variação do dólar somada à taxa de juros correspondente, denominada “cupom cambial”.

Em troca, o BC recebe o pagamento referente à taxa Selic (taxa doméstica acumulada no mesmo período em questão). De modo geral, neste caso, o benefício do comprador é não ter o prejuízo de um aumento da cotação do dólar. Em contrapartida, este é obrigado a se responsabilizar pelo pagamento da Selic ao BC.


Swap e Hedge funcionam da mesma maneira?


A resposta é não. Apesar de ambas as práticas vislumbrarem maiores benefícios aos traders, na realidade, há uma diferença abissal entre ambas as práticas.

Isso porque enquanto o hedge se comporta como uma medida protetiva em relação às incertas variações das taxas de câmbio, o swap, por outro lado, representa muito mais uma “troca” de benefícios que pode incluir negociações envolvendo: taxa de juros, moedas ou outros ativos.

Por isso, o swap configura-se como um tipo específico de contrato derivativo, ao passo que o hedge se consolida como uma estratégia mais ampla de gerenciamento de risco, que pode envolver o uso de vários instrumentos financeiros, incluindo swaps.

Sendo assim, pode-se dizer que o swap é um mecanismo muito utilizado pelos investidores para que se alcance fins de hedge, ou seja, práticas de segurança e confiabilidade em seus investimentos arriscados.

Existem diferentes formas de composições de ativos e derivativos, na medida em que, juntos, eles possam envolver práticas seguras e benéficas, apesar dos riscos. A utilização adequada e estratégica dos swaps cambiais pode ser considerada um pilar na construção de uma economia robusta e resiliente a eventuais choques externos.


O Impacto do Swap Cambial no Sistema Financeiro


O swap cambial desempenha um impacto fundamental na garantia de valorização da moeda nacional, devido, principalmente, à qualidade de oferecer aos agentes investidores um modo de se protegerem contra a volatilidade cambial. No contexto brasileiro, o swap conquistou ainda mais notoriedade, dada às variações históricas do Real.

Desde a sua implementação, o Banco Central se utiliza deste mecanismo com a justificativa de “garantir um mercado de câmbio mais estável”, evitando oscilações abruptas e fornecendo um ambiente mais previsível a empresas e investidores.

No entanto, é preciso salientar que, em momentos de crise, o uso excessivo de swap cambial pode gerar desequilíbrio nos mercados, afetando não apenas a política monetária nacional, como também a internacional. Como dito anteriormente, é um procedimento de alto risco que visa benefícios para os seus envolvidos.


Conclusão


No geral, o swap cambial tem um impacto profundo no sistema financeiro, oferecendo uma proteção valiosa contra a volatilidade do câmbio. Seu papel na estabilidade do mercado de câmbio brasileiro contribui para a elaboração de estratégias de conservação da moeda brasileira;

Embora seja essencial manter um monitoramento rigoroso para evitar possíveis distorções, a compreensão e a aplicação eficaz do swap cambial continuam sendo elementos essenciais para promover um ambiente econômico saudável e estável.

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