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4. Circuit Breaker: o que é e os últimos eventos que acionaram

Conheça o mecanismo Circuit Breaker que interrompe operações em bolsa nos dias mais voláteis.

Você já conhece o termo circuit breaker? Entenda esse sistema que pode ser acionado em momentos de extremo pessimismo nas bolsas de valores.

• O que é?
• Por que o circuit breaker é acionado?
• Quais são as regras do circuit breaker?
• O histórico do circuit breaker na Bolsa de Valores?
• Circuit breaker x leilão de ação: qual é a diferença?
• O que vem depois do circuit breaker?
• Outro circuit breaker pode acontecer?
• Conclusão

Ele é uma das maneiras de proteger os investidores e as empresas nos casos de quedas acentuadas. Quer saber do que se trata? Leia este texto depois de conferir como investir em ações.

O que é?

O circuit breaker, também conhecido como botão do pânico, é um mecanismo de proteção que interrompe as operações da Bolsa de Valores quando há desvalorizações bruscas dos produtos financeiros.

Existem critérios pré-estabelecidos para que a paralisação temporária aconteça. Na Bolsa de Valores de São Paulo, por exemplo, o primeiro estágio ocorre quando o Ibovespa cai 10% em relação ao dia anterior.

Por se tratar de um procedimento atípico, é necessário haver regras para a resolução acontecer rapidamente.

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Por que o circuit breaker é acionado?

A intenção é rebalancear as ordens de compra e venda quando há uma grande desvalorização da Bolsa de Valores.

Basicamente, os investidores se assustam por conta da incerteza do período e passam a vender seus produtos financeiros. Como a movimentação não é isolada, há um grande desequilíbrio.

Para impedir a queda livre e, com isso, que mais empresas sofram, o circuit breaker é ativado. É como obrigar que os acionistas “dêem uma respirada” e não se baseem unicamente na emoção.

Quais são as regras do circuit breaker?

Queda de 10% do Ibovespa

O primeiro circuit breaker é acionado com a diminuição de 10% do Ibovespa com relação ao dia anterior. Diante disso, as operações da B3 são interrompidas por 30 minutos.

Queda de 15% do Ibovespa

Passados os 30 minutos de pausa decorrentes do primeiro estágio, as negociações voltam a ser permitidas. Caso o Ibovespa permaneça em queda e haja uma acumulação de 15% de desvalorização, há uma interrupção de uma hora.

Queda de 20% do Ibovespa

Depois do segundo estágio, a Bolsa de Valores permite as operações novamente e, na hipótese de continuidade de queda, alcançando a desvalorização de 20%, as atividades são suspendidas por um prazo definido pela Bolsa.

Minutos finais do pregão

O evento não pode ocorrer se estiver nos 30 minutos finais da sessão de negociação do dia. Se ele for acionado na última hora, o encerramento pode ter uma prorrogação de no máximo 30 minutos.

O histórico do circuit breaker na Bolsa de Valores

1997

A Bolsa de Valores de Hong Kong sofreu uma queda de 10,4% em decorrência da crise asiática e gerou efeitos em mercados do mundo inteiro.

O Brasil sentiu os impactos do fenômeno e precisou fazer 3 paralisações, acontecendo nos dias 27 de outubro, 07 e 12 de novembro do ano.

1998

A Rússia enfrentou uma estagnação econômica e isso foi repercutido na Bolsa brasileira, com uma perda de US$30 bilhões.

Para controlar a situação, houve o acionamento do circuit breaker em 5 momentos diferentes: em 21 de agosto, 4, 10 (duas vezes) e 17 de setembro.

1999

Com a desvalorização do real, foi necessário negociar dólares no mercado futuro para reduzir o desequilíbrio.

2008

A falta de pagamentos de dívidas entre os habitantes dos Estados Unidos e os bancos causou um impacto mundial e iniciou uma das maiores crises econômicas.

A Bolsa de Valores brasileira precisou acionar o circuit breaker 6 vezes: em 29 de setembro, 6 de outubro (2 vezes), 10, 15, e 22 de outubro.

2017

A delação de Joesley Batista, dono da JBS, e a prisão de Frederico Pacheco de Moraes, por ser citado como responsável pelo repasse de R$2 milhões para o então senador Aécio Neves (PSDB), culminaram na queda de ações na Bolsa de Valores.

2020

A pandemia do coronavírus gerou incertezas no mundo todo e, principalmente nos primeiros três meses, perdas históricas foram registradas no mercado de ações.

O primeiro caso de contaminação no Brasil veio acompanhado de uma reação econômica com a queda de 7% do Ibovespa.

Em março de 2020, o circuit breaker foi acionado seis vezes e, ao final do mês, a recessão foi de 30%, a maior dos últimos 22 anos.

Circuit breaker x leilão de ação: qual é a diferença?

Outro mecanismo de segurança é o leilão de ações, usado para retirar os papéis do pregão sem pausar as negociações.

Ele ocorre por 5 minutos e pode haver prorrogação, com a continuidade do registro das compras e vendas. No entanto, os preços precisam se encaixar para haver validação da negociação.

No caso do circuit breaker, a interrupção das operações realmente acontece e ele não se baseia no valor individual do ativo, mas sim da Bolsa de Valores.

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O que vem depois do circuit breaker?

Depois que o fenômeno acaba, a tendência é que as ações voltem a se valorizar novamente. Por isso, os especialistas indicam que as pessoas não fiquem desesperadas e se atentem a oportunidades.

Outro circuit breaker pode acontecer?

Apesar de não ocorrer com frequência, é possível que aconteça novamente porque é motivado por diferentes fatores imprevisíveis.

Não é possível adivinhar os impactos de uma delação ou de uma contaminação por vírus, por exemplo.

Conclusão

O circuit breaker é um mecanismo que interrompe as negociações da Bolsa de Valores quando há uma grande desvalorização. O intuito é equilibrar as ordens de compra e venda novamente, dando uma pausa para que seja possível voltar ao normal.

Com a queda de 10% do Ibovespa, há uma paralisação de 30 minutos. Se na volta houver uma acumulação de 15% de queda, as operações só voltam depois de uma hora. Caso o segundo estágio não seja suficiente e a retração registrada seja de 20%, as atividades são suspendidas até o prazo que a Bolsa decidir.

Quando faltam apenas 30 minutos para o fim da sessão de negociação do dia, não é permitido haver circuit breaker.

O fenômeno aconteceu em 1997, 1998, 1999, 2008, 2017 e 2020. As causas são diversas e vão desde os impactos de uma delação até uma pandemia de um vírus.

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